Rumo ao emprego

Algo muito interessante quando você resolve ir conhecer outro país é o fato de você sempre estar atrelado a sua econômia, ou seja, tudo que você irá gastar no turismo você pensará no valor que iria gastar no Brasil. Um exemplo típico é quando você vai comprar o seu eletrônico (coisa que todo mundo faz quando desembarca em outro país) e faz a comparação de preço de quanto você pagaria na mãe-pátria e se está compensando (eu que o diga quando comprei meu laptop). Enquanto eu paguei 780 no meu laptop Sony Vaio, em contrapartida, pagar quase 2 dolares por uma maçã e algo estranho pra mim ainda. Em suma, eu diria que pra quem não é turista (pois turista fica no máximo um mês e meio ou menos) não são "presos" a econômia de origem. Entendo muito bem disso, afinal trouxe meu dinheiro contado e as situações que aconteceu onde narrei neste blog. Bom, até então eu estava preso.

No contrato da escola onde estudo, está garantido três entrevistas para mim (se você notar, você entenderá as entre linhas que escrevi na frase anterior). Bom, na quinta feira passada, agendaram pra mim uma entrevista em um restaurante famoso aqui em Vancouver. Chama-se Old Spaghetti Factory, fica localizado na Gastown, parte antiga de Vancouver e ponto turístico obrigatório. Basicamente, antes da entrevista, tive que ir ao Le Chateau, comprar uma calça social, ir na outra loja, fazer barra, comprar um celular pra ter um número de contato e abrir uma conta bancária. Durante toda essa correria, sacrifiquei o meu buteco de quarta (mas tive recompensa equivalente) e uma soma de dinheiro. Quinta feira foi minha entrevista, mas para minha surpresa, um colega que estuda na mesma classe e pode-se dizer que também tem as mesmas preocupações que eu tenho também foi sorteado pra fazer a entrevista. Ele parecia meio puto por terem arranjado entrevista com pessoas da mesma sala mas falei que tudo ia correr bem. Mas não ia. Aliás, matemáticamente, de acordo com a teoria dos jogos de John Forbes Nash Jr., o equilibrio perfeito que poderia resultar na solução ótima seriam:

1 - A empresa não contratar nemhum dos dois. (faria ambos sentirem desapontados)

2 - A empresa contratar nos dois. (ambos ficariam felizes!!)
3 - Ambos encontrariam uma solução que satisfaça o conjunto (manager e dois concorrentes)

Mas contrariando as dinâmicas governamentais e sabendo que ambos podem se comunicar (veja dilema do prisioneiro) e ainda mais que estamos no capitalismo, as regras seriam mudadas para apenas uma:

1 - Que vença o melhor.

Bom, estava eu todo engomado e pronto pra entrevista. Conversei com a atendente sobre o motivo de eu estar lá e ela já foi chamar o manager. Vinte minutos depois, ele me recepcionou e fomos "conversar". Perguntas básicas como "descreva você mesmo" e " descreva você daqui cinco anos e fale me sobre seus hobbies" são como ritmos pra mim. São perguntas standarts onde qualquer lugar que você for, seja mesmo pra trabalhar no buteco de esquina, provavelmente vão te perguntar alguma delas ou derivada delas. Após uma breve descrição sobre minhas atividades e pesquisas (fiquei um tanto preocupado pois meu CV e muito mais acadêmico) o manager me pareceu bem satisfeito. Disse pra eu retornar a ligação no Sábado pra obter uma resposta.

De Quinta para Sexta meu humor estava péssimo. Sem cerveja e ainda por cima ansioso são duas coisas que aprendi a detestar. Mas finalmente, no sábado tive a notícia. Fui contratado e fui convocado a ir na quinta feira receber a definição do meu trabalho. Não fui informado antes do que eu vou fazer lá e minha função (aprenda a ler as entrelinhas...!), mas por ora, estou satisfeito de ter algo a não me preocupar mais.

Aliás, no mesmo sábado, fui em um casino e tomei uma breja. De certa forma comemorei...mas perdi 5 dólares na roleta. Caso queira ver onde vou trabalhar, entra no site ai.